A importância da contação de histórias na educação infantil:
As histórias enriquecem a experiência, a capacidade de dar sequência lógica aos factos, sentido da ordem, esclarecimento do pensamento, a atenção, gosto literário, ampliação do vocabulário, o estimulo e interesse pela leitura, a linguagem oral e escrita, etc.
Neste contexto surgem os AVENTAIS COM HISTÓRIAS.
Estes aventais reproduzem o cenário da história que quiser e são acompanhados das suas personagens em versão de fantoche de dedo.
Sugestões de utilização:
1º para os adultos contarem histórias às crianças, reforçando o vinculo entre os envolvidos neste processo
2º utilizado pelas crianças, estimulando a criatividade e a imaginação (como o tamanho é de adulto, poderá ser colocado em cima da cama ou no chão)
3º como objeto decorativo
IMPORTANTE: -Contém
pequenas peças, não recomendável a crianças muito pequenas. Utilizar sob
vigilância de um adulto
- Lavar a
seco - Engomar do avesso
As histórias mudam, adaptam-se e reinventam-se....em cada avental pode imaginar mil histórias diferentes.
Qualquer História: Encomendas para o email oficinagatocompintas@gmail.com
Cada saco de tecido contém: Avental e resumo da história
Mala de apresentação dos aventais com histórias
"Saltam histórias do avental"
Caracóis de Ouro e os 3 ursos
Caracóis de ouro e os Três Ursos (resumo)
Era uma vez, uma família de ursinhos; o
Pai Urso, a Mãe Urso e o Pequeno Urso. Os três moravam numa bela casinha, bem
no meio da floresta.
O pai Urso, o maior dos três, era também o mais forte, muito corajoso e tinha uma
voz bem grossa. A mãe Urso era um pouco menor, era gentil e delicada e tinha
uma voz meiga. O Pequeno Urso era o mais pequenino, muito curioso e uma voz fininha.
Certa manhã, ao levantar, a mãe Urso fez uma deliciosa sopa, como era de
costume. Porém, a sopa estava muito quente.
Sendo assim, a mãe Urso propôs que fossem dar uma voltinha juntos pela
floresta, enquanto a sopa arrefecia.
E assim fizeram. A mãe Urso deixou a sopa nas tigelinhas, arrefecendo em cima
da mesa e os três ursos saíram para a floresta.
Enquanto eles estavam fora, apareceu por ali uma menina de cabelos loiros encaracolados,
era conhecida como Caracóis de ouro. Ela morava do outro lado da floresta, num
vilarejo, e tinha o mau hábito de sair de casa sem avisar os pais.
Quando se aproximou da casinha dos ursos, já muito cansada de tanto andar,
resolveu bater na porta.
Bateu, bateu, mas ninguém respondeu.
Assim, ao perceber que a porta estava apenas encostada, resolveu entrar.
Ao entrar, deparou-se com uma mesa forrada com uma bela toalha xadrez e em cima
da mesa havia três tigelinhas de sopa.
Como estava com muita fome, e não viu ninguém na casa, resolveu provar a iguaria.
Provou, então, a sopa da tigela maior, mas achou-o muito quente.
Provou a da tigela do meio e achou-o muito frio.
Provou a sopa da tigelinha mais pequena e achou-a deliciosa, não resistiu e
comeu-a toda.
Após comer a sopa, Caracóis de Ouro foi em direção à sala. Lá encontrou três
cadeiras, como estava muito cansada, resolveu sentar-se.
Achou a primeira cadeira muito grande e levantou-se a seguir.
Sentou-se, então, na cadeira do meio, mas achou-a desconfortável e ainda grande
demais.
Sentou-se na cadeirinha mais pequena e achou-a muito confortável e de bom
tamanho. Porém, sentou-se tão desajeitadamente que a partiu.
Ainda cansada, Caracóis de Ouro resolveu subir às escadas.
Encontrou um quarto com três caminhas, uma grande, uma média e uma
pequena.
Tentou deitar-se na cama maior, mas achou-a muito dura. Deitou-se na do meio e
achou-a macia demais. Deitou-se na mais pequena e achou-a muito boa. Estava tão
cansada que não resistiu e acabou por adormecer.
Enquanto ela dormia, os ursinhos voltaram do passeio. Foram logo à cozinha para
comer a sopa. Estranharam a porta aberta, e logo perceberam que alguém havia
estado ali.
__Alguém mexeu na minha sopa! – disse o pai
Urso.
__Alguém comeu da minha sopa! – disse brava a mãe Urso.
__ Alguém comeu toda a minha sopa! –gritou o Pequeno Urso.
Os três ursos dirigiram-se para a sala.
Pai Urso olhou para a sua cadeira e exclamou:
__ Alguém se sentou na minha cadeira!
A mãe Urso, com sua voz, já não tão meiga, reclamou:
__ Alguém também se sentou na minha cadeira!
O Pequeno Urso, chorando, queixou-se:
__ Alguém partiu a minha cadeirinha!
Os três subiram as escadas, e foram em direção ao quarto.
O Pai Urso olhou para a sua cama e perguntou:
__ Quem se deitou na minha cama?
A mãe Urso olhou para a sua cama e disse:
__Alguém esteve deitado na minha cama e deixou-a bagunçada!
O Pequeno Urso, muito aborrecido, gritou:
__Alguém está deitado na minha caminha!
Caracóis de Ouro acordou com o grito de Pequeno Urso.
Ficou muito assustada ao ver os três ursos aborrecidos a olhar para ela.
O seu susto foi tão grande que num só pulo saiu da cama e começou a descer as
escadas. Mal deu tempo para que os ursos piscassem os olhos. Num segundo pulo, Caracóis
de Ouro saltou a janela e saiu correndo
pela floresta, rápida como o pensamento.
Depois desse enorme susto a menina aprendeu a lição, nunca mais fugiu de casa,
muito menos entrou em casa de ninguém sem ser convidada.
João e o Feijoeiro mágico
Era uma vez um menino chamado João que vivia com a sua
mãe, uma pobre viúva, numa cabana bem longe da cidade.
Um dia, a mãe de João disse: - Joãozinho, acabou a comida e o dinheiro. Vá até
a cidade e venda a nossa vaquinha, o único bem que nos resta.
João foi para a cidade e, no caminho, encontrou um homem que o convenceu a
trocar a vaquinha por sementes de feijão. O homem disse:
- Com estas sementes de feijão jamais passarão fome. João acreditou e trouxe as
sementes para casa. Quando a mãe de João viu as sementes, ficou furiosa. Jogou
tudo pela janela.
Na manhã seguinte, o João levantou-se com muita fome e foi até o quintal. Ficou
espantado quando viu uma enorme árvore que ia até o céu. Nem chamou a mãe.
Decidiu subir pelo pé de feijão até chegar ao topo.
João ficou maravilhado ao encontrar um castelo nas nuvens e quis vê-lo de
perto. De repente, uma mulher enorme surgiu de dentro do castelo e agarrou-o: -
O que faz aqui, menino? Será o meu escravo. Mas o gigante não pode saber, por
isso, vou escondê-lo. Se ele vir você, com certeza vai comê-lo.
O gigante chegou fazendo muito barulho. A mulher havia escondido João num
armário. O gigante rugiu:
- Sinto cheiro de criança! E farejou em todos os cantos à procura de uma
criança que estivesse escondida ali. A mulher adiantou-se e respondeu para o
gigante: - Este cheiro é da comida que irei servir. Sente-se à mesa, meu
senhor.
O gigante comeu o saboroso alimento. Depois, ordenou a uma galinha prisioneira
que pusesse um ovo de ouro, e a uma harpa que tocasse uma bela melodia. Então,
o gigante adormeceu em poucos minutos.
Vendo que a mulher havia se esquecido dele, João saiu do armário e,
rapidamente, libertou a galinha e também a harpa. Mas a galinha cacarejou e a
harpa fez um som estridente. Por isso, o gigante despertou.
Com a galinha debaixo do braço e a harpa na outra mão, João correu e o gigante
foi atrás dele. João chegou primeiro ao tronco do pé de feijão e deslizou pelos
ramos. Quando estava quase chegando ao chão, gritou para sua mãe, que o
esperava: - Mamãe, vá buscar um machado, tem um gigante atrás de mim!
Com o machado, João cortou o tronco, e o gigante caiu com um grande estrondo.
Foi o fim do gigante!
E todas as
manhãs, a galinha põe ovos de ouro e a harpa toca para João para a sua mãe, que
viveram felizes para sempre e nunca mais sentiram fome.
O Gato das Botas
ERA UMA VEZ um velho
moleiro que tinha três filhos. Antes de morrer, reuniu os seus filhos e
diante deles dividiu os seus bens pelos três.
Ao filho mais velho,
o moleiro deu-lhe o moinho. Ao filho do meio deixou-lhe o burro. E ao mais novo
entregou-lhe um gato.
O filho mais novo,
com o gato no seu colo, comentou desiludido:
- Que vou eu fazer
com um simples gato?
Qual não foi a sua
surpresa quando ouviu o gato responder-lhe:
- Se me deres umas
botas pretas, um fato e um saco, farei de ti um homem rico!
Assim fez o rapaz e
o gato, todo aperaltado, partiu deixando o seu novo dono muito baralhado.
O gato das botas
dirigiu-se ao bosque e caçou duas perdizes, que meteu dentro do saco.
Dirigiu-se depois ao castelo do rei e ofereceu-as ao rei, em nome do seu amo,
o marquês de Carabás.
Dia após dia, o gato
continuou a oferecer presentes ao rei, em nome do marquês, o que fez com que
o rei ficasse curioso em saber quem era o marquês de Carabás.
Numa bela tarde,
enquanto o rapaz e o seu gato descansavam à beira rio, a carruagem do rei
aproxima-se. O gato, rapidamente acorda o seu amo e diz-lhe para se despir e
atirar-se ao rio. O rapaz, meio confuso, faz o que o gato lhe diz. Então o
gato das botas corre em direção à carruagem, com ar aflito, e grita:
- Socorro majestade!
Roubaram as roupas ao meu amo, o marquês de Carabás!
O rei, reconhecendo
o nome do marquês, para prontamente e empresta ao jovem nobres roupas,
oferecendo-lhe boleia até à sua casa. O jovem entra na carruagem, meio
embaraçado e aflito, pois não sabia o que dizer, sentando-se entre o rei e a
sua bela filha, que o acompanhava.
O gato prontamente
indica o caminho ao cocheiro do rei e, depois de a carruagem arrancar, corre
desenfreado até às terras junto ao castelo do ogre.
Quando lá chegou,
viu os camponeses, a quem disse:
- Se querem
livrar-se do Ogre malvado, quando o rei passar digam que todas estas terras
pertencem ao marquês de Carabás.
E continuou a
correr, em direção ao castelo. Quando chegou, encontrou o ogre, que era o
dono de todas aquelas terras, sentado a descansar. O ogre ao vê-lo,
perguntou:
- Quem és tu? E que
fazes no meu castelo?
Ao que o gato
respondeu:
- Eu sou o gato das
botas, um humilde servo vosso… ouvi dizer que possuís poderes mágicos. É
verdade? Será que vós conseguiríeis transformar-vos num leão?
Ao ouvir isto, o
ogre transforma-se imediatamente num enorme leão!
O gato, cheio de
medo, responde:
- Que maravilha… mas
será que conseguiríeis transformar-vos num minúsculo ratinho?
E o ogre, orgulhoso
e imprudente, transforma-se logo num pequeno ratinho. O gato das botas, sem
perder tempo, salta em direção ao ratinho e come-o.
Nessa altura, chega
o coche do rei às portas do castelo, e o gato das botas dirige-se a eles para
os receber:
- Bem-vindo ao
castelo do meu amo, o marquês de Carabás!
|
O rei, impressionado com a simplicidade do jovem rapaz, que se encontrava
ao pé da porta admirado, convida o agora marquês de Carabás a casar com a sua
linda filha. O rapaz aceita e vive feliz para sempre acompanhado da sua bonita
princesa e do seu fiel gato.
João e Maria (Hansel e Gretel)
João e Maria (Hansel e Gretel)
Às margens de uma extensa mata existia, há muito tempo, uma cabana pobre,
feita de troncos de árvore, na qual morava um lenhador com sua segunda esposa e
seus dois filhinhos, nascidos do primeiro casamento. O garoto chamava-se João e
a menina, Maria.
A vida sempre fora difícil na casa do lenhador, mas naquela época as coisas
haviam piorado ainda mais: não havia comida para todos.
Minha mulher, o que será de nós? Acabaremos todos por morrer de necessidade. E
as crianças serão as primeiras.
- Há uma solução… - disse a madrasta, que era muito malvada. Amanhã daremos a
João e Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à mata e lá os
abandonaremos.
O lenhador não queria nem ouvir falar de um plano tão cruel, mas a mulher, esperta
e insistente, conseguiu convencê-lo.
No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, e Maria desatou a
chorar.
- Não chores, tranquilizou-a o irmão. Tenho uma ideia.
Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou um punhado de
pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da lua e escondeu-as no bolso. Depois voltou para a cama.
No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças.
As crianças foram com o pai e a madrasta cortar lenha na floresta e lá foram
abandonadas.
João havia marcado o caminho com as pedrinhas e, ao anoitecer, conseguiram
voltar para casa.
O pai ficou contente, mas a madrasta, não. Mandou-os dormir e trancou a porta
do quarto. Como era malvada, ela planeou levá-los ainda mais longe no dia seguinte.
João ouviu a madrasta novamente convencendo o pai a abandoná-los, mas desta vez
não conseguiu sair do quarto para apanhar as pedrinhas, pois sua madrasta havia
trancado a porta. Maria desesperada só chorava. João pediu-lhe para ficar calma
e ter fé .
Antes de saírem para o passeio, receberam para comer um pedaço de pão velho.
João, em vez de comer o pão, guardou-o.
Ao caminhar para a floresta, João jogava as migalhas de pão no chão, para
marcar o caminho da volta.
Chegando a uma clareira, a madrasta ordenou que esperassem até que ela colhesse
algumas frutas, por ali. Mas eles esperaram em vão. Ela abandonou-os mesmo!
- Não chores Maria, disse João. Agora, só temos é que seguir a trilha que eu
fiz até aqui e ela está toda marcada com as migalhas do pão.
Só que os passarinhos tinham comido todas as migalhas de pão deixadas no
caminho.
As crianças andaram muito até que chegaram a uma casinha toda feita com
chocolate, biscoitos e doces. Famintos, correram e começaram a comer.
De repente, apareceu uma velhinha, dizendo: - Entrem, entrem, entrem, que lá
dentro tem muito mais para vocês.
Mas a velhinha era uma bruxa que os deixou comer bastante até caírem no sono em
confortáveis caminhas.
Quando as crianças acordaram, achavam que estavam no céu, parecia tudo perfeito.
Porém a velhinha era uma bruxa malvada que aprisionou João numa jaula para que
ele engordasse. Ela queria devorá-lo bem gordo. E fez da pobre e indefesa
Maria, sua escrava.
Todos os dias João tinha que mostrar o dedo para que ela sentisse se ele estava
engordando. O menino, muito esperto, percebendo que a bruxa enxergava pouco,
mostrava-lhe um ossinho de galinha. E ela ficava furiosa, reclamava com Maria:
- Esse menino, não há meio de engordar.
- Dê mais comida para ele!
Passaram-se alguns dias até que numa manhã assim que a bruxa acordou, cansada
de tanto esperar, foi logo gritando:
- Hoje eu vou fazer uma festança. Maria ponha um caldeirão bem grande, com água
até a boca para ferver e dê bastante comida para o seu irmão, pois é hoje que eu vou comê-lo
ensopado.
Assustada, Maria começou a chorar.
- Acenderei o forno também, pois farei um pão para acompanhar o ensopado, a
bruxa falou.
Ela empurrou Maria para perto do forno e disse:
- Entre e veja se o forno está bem quente para que eu possa colocar o pão.
A bruxa pretendia fechar o forno quando Maria estivesse lá dentro, para assá-la
e comê-la também, mas Maria percebeu a intenção da bruxa e disse:
- Ih! Como posso entrar no forno, não sei como fazer?
- Menina boba! - disse a bruxa. Há espaço suficiente, até eu poderia passar por
ela.
A bruxa aproximou –se e colocou a cabeça dentro do forno. Maria, então, deu-lhe
um empurrão e ela caiu lá dentro. A menina, então, rapidamente trancou a porta
do forno deixando que a bruxa morresse queimada.
Maria foi direto libertar o irmão.
Estavam muito felizes e tiveram a ideia de pegarem no tesouro que a bruxa
guardava e ainda algumas guloseimas.
Encheram os bolsos com tudo que
conseguiram e partiram rumo a floresta.
Depois de muito andarem atravessaram um grande lago com a ajuda de um cisne.
Andaram mais um pouco e começaram a reconhecer o caminho e viram ao longe a
pequena cabana do pai.
Ao chegarem na cabana encontraram o pai triste e arrependido. A madrasta havia
morrido de fome e o pai estava desesperado com o que fez com os filhos.
Quando os viu, o pai ficou muito feliz e foi correndo abraçá-los. Joãozinho e
Maria mostraram-lhe toda a fortuna que traziam nos seus bolsos, agora não
haveria mais preocupação com dinheiro e comida e assim foram felizes para
sempre.
Carochinha
Carochinha e João Ratão
Reza a história, bem velhinha, que havia uma
Carochinha, que por ser engraçadinha, teimou que haveria de casar.
Certo dia, quando estava a varrer a cozinha,
encontrou uma moeda de cinco réis e correu para ir dizer à vizinha que já não
tinha de esperar. Vaidosa como era, escolheu o seu melhor vestido e foi pôr-se
à janela para ver se arranjava marido. Pensou como deveria começar e decidiu
cantar:
- Quem quer casar com a Carochinha, que é formosa
e bonitinha?
- Muuuu!! Muuuu!! Quero eu, quero eu! - mugiu
o Boi mostrando-se muito
interessado - Se casares comigo, vais andar o
dia inteiro no prado;
- Que voz é essa? Com essa voz, acordavas-me a
mim e aos meninos de noite! Contigo é que não quero casar! E, além disso, tenho
pressa.
Como era o primeiro pretendente, não ficou
desanimada e continuou a perguntar, desta vez com uma voz mais alegre e um
aperto no coração.
- Quem quer casar com a Carochinha que é
formosa e bonitinha?
Mal tinha acabado de última palavra, apareceu
o Cão que ladrava e gania de animação.
- Ão, ão! Quero eu, quero eu! Se casares
comigo, tens uma casota toda janota e comida saborosa que me dá a D. Rosa.
- Ai pobre de mim! Que alarido! - queixou-se
dando um suspiro; Com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Não,
não me serves para
marido.
Ficou a ver o Cão a afastar-se com as orelhas
baixas e o rabo entre as pernas, e voltou a tentar a sua sorte. Quem quer casar
com a Carochinha que é formosa e bonitinha? Muito gorducho e envergonhado,
aproximou-se o
Porco com um rabo que mais parecia um
saca-rolhas e o focinho molhado.
- Oinc! Oinc! Quero eu, quero eu! Sou muito
comilão, mas também dizem que sou bonacheirão.
- És muito simpático e pareces ser divertido.
Mas com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Também não me caso
contigo.
Depois, encheu o peito de ar, sorriu e voltou
a perguntar:
- Quem quer casar com a Carochinha que é formosa
e bonitinha?
Com peito inchado, penas coloridas e luzidias,
candidatou-se o Galo que resolveu cantar para impressionar.
- Cocorocó! Cocorococó! Quero eu, quero eu! Se
casares comigo, vais madrugar.
- Galo garnisé, com tanto banzé acordavas-me a
mim e aos meninos de
noite! E, sem dormir, íamos passar o tempo a
refilar.
A nossa amiga queria mesmo casar, por isso
tinha de continuar. Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha?
Com um miar meigo e a cauda bem levantada, aproximou-se o Gato janota a
ronronar.
- Miau, renhaunhau. Quero eu, quero eu! Se
gostas de leite, peixe fresquinho e
de apanhar banhos de sol nos telhados, então
podemos casar.
- Banhos de sol talvez; Mas leite? Peixe
fresquinho? E, com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Não,
não é contigo que vou subir ao altar.
Seria possível? Seria assim tão difícil
encontrar alguém que não fosse barulhento? Mas foi então que reparou em alguém
que se aproximava a passo lento.
- Oin, in, oin. Quero eu, quero eu!; zurrou o
Burro. Olha, se casares
comigo, não vais dormir ao relento.
- Mas com essa voz, acordavas-me a mim e aos
meninos de noite! A minha vida ia ser um verdadeiro tormento!
Como já era tarde, a Carochinha pensou que
seria melhor ir tratar do jantar, mas foi então que ouviu chiar
- Hi, hi! E a mim, não vais perguntar se quero
casar?
Com um sorriso de felicidade por alguém tão
simpático e com uma voz tão fininha, a Carochinha correu para o pátio.
- Como te chamas?
- Sou o Ratão. Queres casar comigo ou não?
A Carochinha convidou-o a entrar, pois tinham
muito que conversar e uma data de casamento para marcar. Enviaram os convites,
compraram a roupa e prepararam a boda a rigor com o senhor prior.
Domingo era o grande dia! A noiva foi a última
a entrar na igreja e estava linda, de causar inveja. O João Ratão estava
orgulhoso mas também muito nervoso. Trocaram juras de amor eterno e, no fim,
choveu porque era Inverno.
Foi então que o João Ratão se lembrou da
viagem ao Japão. Correu para casa, porque se tinha esquecido das luvas, mas
sentiu um cheirinho gostoso e, acabou por ir espreitar o caldeirão. Pouco
depois, a Carochinha achou melhor ir procurar o marido que estava a demorar.
- João Ratão, encontraste as luvas? chamou ela
ao entrar.
Procurou, procurou quando chegou perto do
caldeirão, quase desmaiou e gritou:
- Ai o meu marido, o meu rico João Ratão,
cozido e assado no caldeirão! E assim acaba a história da linda Carochinha, que
ficou sem o João Ratão, pois era guloso e caiu no caldeirão.
Os 3 Porquinhos
Dedoches
ERA UMA VEZ três porquinhos que viviam na floresta com a sua mãe. Um dia, como já estavam muito crescidos, decidiram ir viver cada um em sua casa. A mãe concordou, mas avisou-os:
- Tenham muito cuidado, pois na floresta também vive o lobo mau, e eu não vou estar lá para vos proteger…
- Sim mamã! – Responderam os três ao mesmo tempo.
Os porquinhos procuraram um bom lugar para construir as suas casas e, assim que o encontraram, cada um começou a fazer a sua própria casa.
O porquinho mais novo, que só pensava em brincar, fez a sua casa muito rapidamente, usando palha. O porquinho do meio, ansioso por ir brincar com o mais novo, juntou uns paus e depressa construiu uma casa de madeira. O porquinho mais velho, que era o mais ajuizado, lembrou-se do que a sua mãe lhe tinha dito, e disse:
- Vou construir a minha casa de tijolos. Assim terei uma casa muito resistente para me proteger do lobo mau.
É claro que foi o que demorou mais tempo a construir a casa mas, no fim, estava muito orgulhoso dela, e só aí se juntou aos seus irmãos para brincar.
Um dia andavam os três porquinhos a saltar, muito divertidos, quando aparece o lobo mau:
- Olá! Vejo três deliciosos porquinhos à minha frente.
Ao verem o lobo mau, fugiram, cada um para a sua casa.
O lobo, que estava cheio de fome, chegou ao pé da casa do porquinho mais novo, e disse:
- Cheira-me a porquinho! Sai daí que eu vou-te comer! Se não saíres, deito a tua casa de palha abaixo…
E vendo a casa de palha à sua frente, soprou tão forte, que fez a casinha ir pelo ar!
O porquinho assustado correu para a casa do irmão do meio, que tinha uma casa de madeira.
Quando o lobo lá chegou, gritou novamente:
- Cheira-me a porquinho! E eu estou com tanta fome que vos vou comer aos dois…
E com dois sopros, conseguiu deitar a casa de madeira abaixo.
Os dois porquinhos mais novos correram então, apavorados, para a casa do irmão mais velho, que era de tijolo.
O lobo, vendo que os três porquinhos estavam todos numa só casa, exclamou, louco de alegria:
- Cheira-me a porquinho! E mais fome não vou eu ter, pois apanhei três porquinhos para comer!
Então o lobo encheu o peito de ar e soprou com toda a força que tinha, mas a casinha de tijolos não se mexeu nem um bocadinho. Aliviados, os três porquinhos saltaram de contentes. Mas o lobo não desistiu, e disse:
- Não consegui deitar a casa de tijolos abaixo nem derrubar a sua porta mas eu tenho outra ideia… esperem que já vão ver! E começou a subir o telhado, em direcção à chaminé.
Os porquinhos mais novos ficaram aflitos mas o mais velho, que era muito esperto, colocou no fogão, por baixo da chaminé, um grande caldeirão de água a ferver.
O lobo, ao entrar pela chaminé, caiu no caldeirão de água quente e queimou o rabo, fugindo o mais rápido que podia para o meio da floresta. Os dois porquinhos agradeceram ao seu irmão mais velho, e aprenderam a lição.
Deste lobo mau, nunca mais se ouviu falar…
Branca de Neve
Todas as personagens em dedoches
BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES
Há muitos anos, num distante reino, vivia um rei com a sua filhinha à qual pôs o nome de Branca de Neve. Era uma menina muito bonita.
Passado algum tempo o rei enviuvou. Mais tarde voltou a casar com uma mulher belíssima, mas extremamente cruel e, além disso, feiticeira, que desde o primeiro dia tratou muito mal a menina.
Quando o rei morreu, a feiticeira, vendo que a Branca de Neve estava muito bonita, deu-lhe a fazer todo o trabalho de casa. A rainha tinha um espelho mágico e todos os dias lhe perguntava quem era a mulher mais bonita do mundo. De todas as vezes o espelho respondia que era ela.
Um dia, ao fazer a habitual pergunta, o espelho respondeu:
-Tu és bela, mas a Branca de Neve é muito mais.
Louca de ciúmes, a malvada rainha ordenou a um dos seus servidores que fosse com a Branca de Neve até ao bosque e lhe tirasse a vida. Como prova que havia cumprido tão infame acto, deu-lhe um cofrezinho para trazer o coração de Branca de Neve.
Quando o servidor ia cometer o horrível crime, teve pena da pobre princesa e poupou-lhe a vida, mas preveniu-a que fugisse para o mais longe possível. Depois, para poder levar à rainha uma prova que havia obedecido às suas ordens, caçou um veado e colocou o coração do animal dentro do cofre.
Branca de Neve andou pelo bosque até ao anoitecer e, quando estava muito cansada, deixou-se cair numa pequena clareira, onde adormeceu profundamente.
No dia seguinte, quando acordou, viu-se rodeada pelos pequenos animais da floresta, dos quais ficou logo amiga. Quando lhes contou o que tinha sucedido e que não tinha para onde ir, os animais fizeram-lhe sinal para os seguir.
Depois de muito caminhar, chegaram a uma casinha no centro do bosque.
Dentro, tudo era pequeno. Tanto as mesas, como as cadeiras, como as caminhas que havia no andar superior, eram diminutas. Por todo o lado reinava a desordem e tudo estava sujíssimo. Pelo tamanho das coisas e dos móveis, a princesa pensou que a casa seria habitada por crianças. Ajudada pelos animais que a acompanhavam, não tardou a ficar toda arrumada. As roupas limpas, os móveis sem pó e os utensílios de cozinha brilhavam de tão limpos estarem. Pouco depois um alegre fogo ardia na lareira. Branca de Neve estava cansada. Foi para o piso superior e, juntando três caminhas, deitou-se. Pouco depois adormeceu.
Quando anoitecia, 7 pequenas personagens encaminhavam-se para a casa do bosque cantando uma alegre canção. Eram os donos da casa onde Branca de Neve descansava, mas não eram crianças, eram sete anões. Todos eles, menos um, tinham as barbas muito brancas. Vinham de trabalhar na sua mina de diamantes, cuidadosamente escondida no bosque. Quando chegaram à casinha ficaram surpreendidos ao verem as luzes acesas e tudo tão limpo e arrumado. Começaram a revistar toda a casa. De repente encontraram Branca de Neve, que ainda dormia.
Quando a princesa acordou, eles apresentaram-se: o Dorminhoco, o Envergonhado, o Miudinho (o único que não tinha barbas), o Feliz, o Atchim, o Sabichão e o Rezingão. Ela contou-lhes todas as aventuras por que tinha passado. Os anõezinhos reuniram-se e resolveram tomar conta dela. Naquela noite, preparou-lhes uma boa ceia e, a seguir, fizeram uma festa em que todos cantaram e dançaram.
A malvada rainha não tardou, por meio do seu espelho mágico, a saber que Branca de Neve continuava a ser a mulher mais bonita do Mundo, e o lugar onde se encontrava. Louca de fúria, decidiu acabar pessoalmente com a vida da princesa. Para isso, utilizando um líquido, envenenou uma maçã. Quando Branca de Neve a mordesse cairia de sono, como morta. Só poderia despertar se recebesse um beijo de amor.
Assim, a rainha foi até à casinha dos anõezinhos, decidindo aproximar-se de Branca de Neve quando os seus companheiros fossem para o trabalho. Quando os viu partir, foi junto da princesa com a desculpa de pedir-lhe um copo de água. Depois, mostrando vontade de recompensá-la, deu-lhe a maçã envenenada. Branca de Neve mordeu-a e caiu no chão.
Avisados pelos animais do bosque, os sete anões correram para casa. Todos traziam as suas ferramentas e paus para defenderem a sua querida princesa. Quando chegaram junto da sua amiguinha viram que estava caída no chão como morta e a horrível bruxa que fugia. Imediatamente se lançaram em sua perseguição com vontade de a castigar como merecia.
A madrasta, para escapar aos seus perseguidores, escalou uma alta montanha. Foi a sua perdição, pois escorregou e caiu no abismo onde encontrou o seu fim. Justo castigo para as suas muitas maldades.
Os anões regressaram para junto de Branca de Neve. Deitaram-na numa cama e choraram a perda da sua amiga.
Estavam junto da princesa quando por ali passou um príncipe que os ouviu chorar e parou para averiguar o que tinha sucedido. Ao ver a belíssima Branca de Neve deitada no seu leito aproximou-se dela e deu-lhe um beijo de amor. Este beijo quebrou o feitiço e a princesa despertou.
A alegria dos anões foi enorme. A sua boa amiguinha estava viva. O príncipe pediu a Branca de Neve que casasse com ele.
Assim, e depois de se despedir dos seus pequenos amigos, o feliz casal encaminhou-se para o palácio do príncipe.
Alguns dias depois efectuou-se o casamento.
Para grande alegria e surpresa da Branca de Neve, os sete anõezinhos estavam presentes na festa.
Capuchinho Vermelho
Era uma vez uma linda menina que vivia numa aldeia do bosque e de quem todos gostavam muito por ser muito boa e simpática.
Um dia a mãe fez-lhe um capucho vermelho para ela levar para a escola. No trajecto e como era hábito, a menina cumprimentava os animaizinhos, pois conhecia-os e era amiga de todos. Ao vê-la tão bonita com o seu novo capucho eles começaram a tratá-la por Capuchinho Vermelho.
Um dia a mãe chamou-a e disse-lhe:
- Tens aqui uma cesta com bolos e um pote de mel para levares à avozinha que não anda muito bem de saúde. Toma cuidado: não te detenhas no caminho e não fales com desconhecidos.
- Podes ficar descansada, mãezinha, farei como dizes - prometeu Capuchinho Vermelho.
Ia ela muito contente quando, a certa altura, encontrou um lobo. Este, com uma voz muito melada, disse-lhe:
- Olá, bela Capuchinho! Nem imaginas como desejava conhecer-te.
A menina ao ouvir isto ficou muito surpreendida, pois achou que o lobo não era tão feroz como toda a gente dizia. Apesar disso respondeu-lhe:
- O senhor lobo desculpe-me mas a minha mãe proibiu-me de falar com desconhecidos.
- Desconhecido, eu? Sou a mais popular de todas as criaturas do bosque, não deves fazer caso do que dizem. Isso é treta das más línguas. Onde vais com essa cesta?
- Vou ver a minha avózinha que está doente e levar-lhe bolos e um pote de mel.
- E onde vive a tua avózinha?
- Vive para lá do moinho, numa casa à beira do lago, junto a uma grande árvore.
O lobo já com água na boca pensou:
- Que maravilha de petiscos, devem ser tão bons, tenho que me apoderar de ambas. Acompanhou Capuchinho e a certa altura disse-lhe:
- Penso que também eu deveria visitar a tua avózinha, uma vez que ela está tão adoentada, não te parece?
- Sim, sim, acho que ela ficaria muito contente.
- Olha, tu vais por este caminho e eu vou por aquele. Veremos quem chega primeiro, - disse-lhe o lobo.
- Como eu sou esperto e como foi fácil convencê-la, pensou o lobo, ela vai pelo caminho mais distante e assim eu terei tempo de chegar antes.
O lobo correu então em direcção à casa da avó de Capuchinho Vermelho. Uma vez lá chegado bateu à porta e a avózinha perguntou:
- Quem é?
- É o Capuchinho Vermelho, respondeu-lhe o lobo, trago-lhe bolos e um pote de mel; abra a porta por favor.
- Entra, minha netinha, a porta está só no trinco.
O lobo abriu a porta e sem dizer nada foi ao quarto da avózinha e comeu-a. A seguir vestiu as suas roupas, enfiou a touca, colocou no nariz os óculos da avózinha e meteu-se dentro da cama, cobrindo-se com uma manta.
Capuchinho, depois de muito caminhar, pois viera pelo caminho mais longo, chegou finalmente a casa da avó; ficou muito surpreendida por encontrar a porta aberta.
- Bom dia. Está alguém em casa? - perguntou ao entrar.
Como ninguém lhe respondeu, dirigiu-se ao quarto e aproximando-se da cama, não reconheceu o lobo, pois ele estava disfarçado com as roupas da avózinha. Notou contudo que havia algo diferente e disse:
- Avózinha estás com umas orelhas tão grandes!
- São para te ouvir melhor.
- E tens uns olhos tão grandes!
- São para te ver melhor.
- E os teus braços são tão grandes!
- São para te abraçar melhor.
- E tens uma boca tão grande!
- É para te comer.
E nisto o lobo saltou da cama e engoliu a pobre Capuchinho Vermelho, que nem teve tempo de ter medo. Voltou depois a deitar-se e adormeceu profundamente, ressonando muito alto.
Um caçador que por ali passava, ao ouvir todo aquele barulho, pensou:
- Esta velhinha não ressonava desta maneira! Vou mas é ver o que se passa.
Entrou no quarto e deparou com o lobo a dormir profundamente.
- Até que enfim que te encontrei. Procuro-te à tanto tempo!
E quando ia a pegar na arma lembrou-se que o malvado podia ter comido a avó e que talvez ainda a pudesse salvar. Pegou na faca e... zás, abriu-lhe a barriga e de lá saiu Capuchinho Vermelho. Logo a seguir saiu a avózinha, ainda com vida mas respirando com muita dificuldade.
Depois de contarem ao caçador o que se tinha passado, Capuchinho saiu a correr e foi apanhar pedras, encheu com elas a barriga do lobo e a avó coseu a pele.
O lobo, quando acordou e viu o caçador, que disparou para o chão, fugiu a correr em direcção ao lago, e quando se atirou à água para fugir a nado, com o peso das pedras foi parar ao fundo e afogou-se, com o que até nada se perdeu, pois ele era um lobo mau a valer.
Então a avózinha disse para a Capuchinho:
- Vai à dispensa e arranja alguma coisa para o lanche do nosso salvador.
Depois de ter comido, o caçador disse:
- Vamos, Capuchinho, vou acompanhar-te a casa, não vá andar por aí outro lobo malvado.
Ao chegaram a casa, Capuchinho Vermelho contou à mãe todas as peripécias que lhe tinham acontecido, pedindo-lhe desculpa por ter desobedecido às suas recomendações e prometendo nunca mais o voltar a fazer.
Uma encomenda especial de uma "pequenita" amiga que adora a Doce de Morango